Filosofia do Brasil




GONÇALVES DE MAGALHÃES

CONTRA A CIÊNCIA DO SEU TEMPO

Sustentarei como referência única, embora não desconhecendo o conjunto da obra de Magalhães, o último texto por ele produzido e surgindo a público em 1880, dois anos antes da sua morte.
Trata-se da síntese final das arraigadas de ideologias católicas do visconde de Araguaia, seguidas no momento em que se verifica no Brasil um movimento de renovação de idéias a que Silvio Romero denominou de surto de idéias novas, surgidas no anseio de algumas tentativas de modernização do país, nos anos setenta.
Se encontra na Europa a fonte primordial doadora de sentido à cultura brasileira, a dominância do espírito do cientificismo que propagava o industrialismo triunfante e a crença na idéia de progresso e, sobretudo, no poder da razão científica como único instrumento capaz de ordenar o curso da humanidade.
Magalhães é fundamentalmente uma vocação cristã, fruto do espírito do Romantismo, em cujo seio molda toda a sua trajetória existencial. Fiel a esta vocação, jamais pensou fora do ambiente religioso. Por isso era contra a ciência da sua época, naquilo em que ela negava validade e a verdade das teses espiritualistas, notadamente as referentes à idéia de finalidade, de causalidade e de liberdade. Em sua obra Comentários e Pensamentos trata, basicamente, destas questões. Questões que se destaca acima de todas as outras na sua época.
Inegável é a premissa de que é necessário conciliar o homem com a natureza. Creio que Magalhães está pensando nesta perspectiva, com os olhos voltados para Deus. O ente supremo seria a fonte solucionadora de todos os problemas científicos, teológicos e metafísicos. Mas existe uma realidade posta ao mundo: a realidade descoberta pela ciência. Oposta ao aristotelismo tomista, a nova leitura do mundo que se desenvolve, a partir da perspectiva galileana, encontra um Magalhães no século XIX, atormentado com um naturalismo materialista que excluía do Universo a idéia de finalidade, dentre outras tão caras à estrutura do edifício teológico naquele momento.
Para esta questão de materialismo ele conta com o aliado positivismo de Augusto Conte, para assim dominar o espírito das frágeis elites brasileiras, passando a ser tratados como seguras interpretações da realidade natural. Assim o espiritualismo instaurado e defendido pelo romântico Visconde de Araguaia, que agora os católicos passam por problemas que abalam sua mentalidade passando a mostrar sobre a questão da natureza. 
Uma das preocupações importantes era a questão do criador, assim o que admira no Magalhães é a maneira como ele enfrenta a ciência,  contando apenas com sua fé e com poucos conhecimentos científicos, assim contando no lugar de médico sem nunca ter medicado e no lugar de professor sem nunca ter  lecionado. Magalhães era conduzido apenas com o naturalismo, ou seja, com um pouco de conhecimento e fé ele trabalha normalmente usando a questão da natureza. 
Gonçalves de Magalhães é contra o cientificismo, guia-se pelo romantismo, de vocação cristã combate a ciência de sua época indo na contra mão de pensadores que não compartilham com ele a mesma vocação cristã, seus questionamentos, porém são questionáveis por serem considerados superficiais fragmentados e distanciados do que intui o discurso científico. Considera que a teoria da evolução não vai solucionar o problema científico da origem das espécies, considera ainda que Darwin, com sua teoria, que para ele são hipóteses improváveis, não alcança o poder de destruir a vocação bíblica.
 Sua arguição maior se dá com o intuito de provar e convencer que a força vital é exatamente o Criador de Todas as coisas do Universo é o Ente Supremo ordenador.

      As disposições teleológicas, ou causas finais, que o espírito humano descobre na ordem da natureza, que tão evidentes se mostram na organização harmônica dos seres vivos, prestaram sempre valiosos argumentos para nos fazer crer que o universo é obra intencional de uma sabedoria divina, e não o resultado do acaso(Magalhães, p.31).

        Gonçalves de Magalhães considera que o desvario do materialismo vulgar provoca uma questão decisiva, árdua, que é a questão da Finalidade.
Magalhães cria e elabora sua tese, para um grupo muito pequeno de pessoas, abordando temas desinteressantes a Elite brasileira.  A filosofia e a ideologia influente e predominante no âmbito intelectual dos brasileiros, na segunda metade do século XIX foi fundamentada pelo difuso materialismo vulgar e também por pobres noções gerais da idéia positivista, que neste momento da historia exercia o função vanguarda, por falta de outros princípios ou ideologias existentes e disponíveis decorrente do disseminando atraso cultural.
  Magalhães coloca em destaque grandes conflitos filosóficos que lhe trás muitas preocupações, mesmo tendo consciência que, estas questões que lhe afligem a mente, interessam a poucos de sua pátria, no entanto o filosofo não desiste o sonho e esperança de que em algum momento seu povo alcançaria  certo grau de educação que os possibilitasse  o mais alto significado  do catolicismo e  da moral que dele  advêm.
Para o Filosofo não e a educação cientifica que ele via como o grande mal enraizado no espírito da humanidade ocidental, visto que e destituída da necessária criticidade, sendo que a base da doutrina e dogmas católicos de que se julgavam protetores no pais de fundamentos  culturais rarefeitos  com muitas carências em orientações espirituais que determinam seus rumos. Deste modo surge a suplica a inteligência suprema versos as assertivas oriundas das  as atividades  cientificas , destacando Magalhães em sua incansável batalha de Fé.
Em uma de suas passagens, Magalhães reconhece que “Panteísmo é a metafísica indispensável do materialismo especulativo”, ou seja, Crença de que Deus e todo o universo são uma única e mesma coisa, e também é uma aproximação ou identificação total entre Deus e o universo, ou então conclui que Deus é o próprio universo, ou seja, Deus se junta ao material e designa entre os dois uma ligação apoiando-se nesta tese, Deus está claramente vigente  na natureza. No qual o sobrenatural é essencial para a matéria investigativa, e se encontra muito próxima de entender que a idéia cientifica ( ciência) nunca irá alcançar a transparência, com a ligação de uma falsa substância que ainda não foi criada, por que esta matéria é a força que move o universo. A fé cientifica é tão frágil quanto a fé filosófica ou até mesmo a teologia. Mas o que realmente importa para Visconde de Araguaia é o turbilhão de crenças, que no seu ponto de vista comum destrói o centro racional do Brasil, originário das fontes das culturas da européia, no qual a crença no poder do entendimento técnico e na expectativa de um perfeito controle da natureza para além da doutrina antiga e que são protegidos pelos católicos.
 Mas Magalhães tinha uma preocupação com o seu projeto sobre a educação romântica- religiosa para o Brasil, no qual foi estudado por Roque Spencer Maciel de Barros, em sua obra intitulada: A significação educativa do romantismo  brasileiro: Gonçalves de Magalhães, mas o pensador do rio de janeiro enxergou de se fazia indispensável lutar na zona do inimigo criado pelo pensamento do racionalismo em geral. mas para ele o que interessava saber do seu projeto em discordância a atitude de confiança absoluta que defendia o progresso e as transformações que brotavam nas bases de sua vontade.
 Mas a sua avaliação era em prol do sentido prático, por que ele defendia o espiritualismo, e tudo isso termina resultando numa espécie de dever que traria, e quem sabe, a não fazer nem boa ciência e nem boa filosofia. Decerto que a discussão mais importante de sua época seja referente ao átomo, o que ele unicamente desprezou.
           









Lutando contra a ciência de sua época. Baseando-se em sua fé foi contra o materialismo, acreditando que era uma missão divina combatê-lo. O principio vital é o Criador de todas as coisas do Universo. Por conta disso fez citações sobre o sentido da vida, do destino e da história.
         Na verdade, acredito que Magalhães queria nos dizer, o que ele queria orientar-nos é que para alcançarmos o conhecimento científico precisaríamos da centelha divina, ou melhor, é Deus que nos dá o poder, que nos dá a capacidade de alcançarmos o conhecimento científico.
         Magalhães estava convencido que mesmo os elos de uma cadeia cultural, que foi construída e fundamentada sobre o espiritualismo, não poderia jamais ser desfeita por um pensamento da natureza que separava ou mesmo distanciava do sobrenatural.
         Mas acreditasse que a grande ênfase que Magalhães colocava na ordem sobrenatural obscureceu seu pensamento. Ele não teria tomada a consciência da possibilidade de constituição do mundo. Que tudo era conciliável com a constituição de Deus.
         O mundo cultural dependia mais da interação da consciência do que a interação com o sobrenatural. Muitos diziam que sua avançada idade o privou de dialogar com a filosofia da época em que vivia.
         Mas, apesar de tudo, era um pensador vigoroso, forte, mas que acabou por se afastar do fio condutor da tradição filosófica, ainda assim o seu trabalho representou um grande momento da afirmação do pensamento brasileiro.



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